Alimentação
Prato colorido pode melhorar o funcionamento cerebral, diz estudo
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Montar um prato colorido na hora do almoço e do jantar é uma atitude incentivada por grande parte dos profissionais de nutrição. Afinal, ter uma variação de cores nas refeições é uma forma simples e fácil de tentar garantir uma boa ingestão de vitaminas e micronutrientes importantes para o bem-estar. No entanto, a estratégia adotada pelos especialistas pode ter mais benefícios do que se imagina.
É o que indica um estudo publicado pela revista científica Neurology, da American Academy of Neurology. Os pesquisadores analisaram mais de 65 mil pessoas, durante 20 anos e identificaram que uma dieta rica em flavonoides, antioxidantes e anti-inflamatórios — compostos encontrados em alimentos coloridos como morangos, laranjas, pimentões e maçãs — diminui em 20% os riscos de declínio cognitivo.
Isso significa que ter o hábito de montar pratos coloridos durante a vida — claro, com alimentos naturais — pode jogar a favor do bom funcionamento cerebral, evitar demência e até mesmo outras doenças mais graves, que costumam se desenvolver ao longo dos anos e conforme envelhecemos.
“Há cada vez mais evidências sugerindo que os flavonoides são potentes quando se trata de evitar que suas habilidades de raciocínio diminuam à medida que você envelhece”, diz a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
As pessoas que participaram do estudo tinham, em média, 51 anos de idade no início da análise. Durante 20 anos elas responderam questionários constantes sobre seus hábitos dietéticos e a frequência com que consumiam determinados alimentos. Além disso, também foram feitas avaliações cognitivas e testes de capacidade mental.
“Depois de ajustar fatores como idade e ingestão calórica total, as pessoas que consumiram mais flavonoides em suas dietas relataram menor risco de declínio cognitivo. O grupo de maiores consumidores de flavonoides teve 20% menos risco de declínio cognitivo autorrelatado do que as pessoas do grupo mais baixo”, conta a Dra. Garcez.
Apesar da descoberta do estudo, não existe nenhum tipo de garantia de que consumir alimentos coloridos durante a vida vai impedir o desenvolvimento de problemas mentais. No entanto, é um ótimo indício de que a dieta balanceada pode amenizar possíveis complicações futuras. “Nascemos com suscetibilidades diferentes. Entretanto, qualquer suscetibilidade genética pode ser amenizada com hábitos saudáveis”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady.
“Embora seja possível que outros fitoquímicos estejam trabalhando aqui, uma dieta colorida rica em flavonoides — e especificamente flavonas e antocianinas — parece ser uma boa aposta para promover a saúde do cérebro a longo prazo”, finaliza a Dra. Garcez.
Terra.com.br